Alternativas para o tratamento de esgoto são discutidas na segunda etapa do Seminário Anual de Saneamento Básico

Experiências realizadas em municípios consorciados ao Pró-Sinos foram compartilhadas em palestras disponíveis no canal do consórcio no YouTube. Debates ao vivo completam a programação

 

    Na segunda semana do Seminário Anual de Saneamento Básico, o tema Alternativas para o Tratamento de Esgoto foi discutido a partir de experiências realizadas em mais dois municípios consorciados ao Pró-Sinos. Bianca Steigleder Bazzan, diretora do Centro de Educação Ambiental Augusto Kampff (CEAAK), de Igrejinha, compartilhou sobre a implantação e operação do sistema de Jardins Filtradores. Já o permacultor Waldomiro Augusto Aita Neto trouxe a vivência do Sítio Cambyçara, de Gravataí.


    O CEAAK existe há 24 anos. A diretora explicou sobre a tecnologia desenvolvida no local, os Jardins Filtradores. “Por meio da seleção de plantas ornamentais com alta capacidade de depuração de matéria orgânica, além da beleza paisagística o jardim filtrador funciona como uma estação de reciclagem de água”, esclarece. O esgoto doméstico irriga e nutre as plantas, que purificam a água e embelezam o jardim em sistemas livres de odores e sem o consumo de energia, de fácil construção e baixo custo de implantação. Neste sistema, podem ser utilizados lírio-do-brejo, taioba, caeté ou cana da Índia, taboa, bananeira, helicônia, copo-de-leite, entre outras plantas comuns na região.


    Conforme a diretora, esse tratamento natural é bastante conhecido e traz resultados positivos. Um exemplo foi o tratamento de despoluição das águas do Rio Sena, na França. Essa técnica inovadora também foi aplicada em vários lugares da China e no Brasil há jardins filtradores em Campinas e Curitiba. No CEAAK, há dois jardins filtradores, um vertical e um horizontal, por decisão pedagógica. “São técnicas sustentáveis e ambientalmente corretas”, finaliza.


    Alternativas ecológicas de saneamento básico é o tema da palestra do permacultor Waldomiro Augusto Aita Neto. Ele apresentou a Estação de Permacultura Cambyçara, que existe há quatro anos e fica na região de Morungava, em Gravataí, a 45km do centro. O trabalho iniciou com uma família, mas já se encaminha para uma comunidade, que busca trabalhar a alfabetização ambiental.


    O permacultor detalhou a experiência com as águas cinzas, águas residuais. A primeira tecnologia abordada foi o círculo de bananeiras, destinado a tratar somente águas cinzas (água servida da cozinha, dos chuveiros e da pia). Neste sistema, devem ser usadas plantas de folhas largas, com alto poder de evaporação da água. Waldomiro também mostrou como funciona a caixa separadora de óleos e gordura. Água do chuveiro e das pias que vêm com gorduras e detritos, chegam à primeira câmara onde os sedimentos pesados são decantados. Na próxima câmara, ocorre uma separação, os óleos ficam flutuando e são jogados na terceira caixa, onde o material fica depositado para, posteriormente, ser utilizado na produção de sabão. No final do processo, a água vai para o pomar do sítio.


    Waldomiro também tratou das águas negras e mostrou como funciona o banheiro seco. O sistema é barato e fácil de operar. Precisa somente do recipiente e uma fonte de carbono como serragem ou palha, por exemplo. O permacultor esclareceu ainda como é feita a compostagem e indicou bibliografia a respeito do tema. Por fim, foi apresentado o sistema modular de separação de águas, projeto do engenheiro Luiz Ercole. Trata-se de uma proposta que une tecnologias que já existem e funcionam separadas. É usado para tratar águas negras e cinzas.


    Manejo de Águas Pluviais é o próximo tema do seminário. Às segundas-feiras, os participantes têm acesso às palestras disponíveis no YouTube e nas quintas pela manhã, participam de debates realizados ao vivo, por videoconferência. O seminário é coordenado pela área de Educação Ambiental do Pró-Sinos e vai até o dia 13 de agosto. Os participantes receberão certificado ao final da programação.

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