Mancha de Júpiter pode ser fonte de calor

Usando um telescópio infravermelho no Observatório Mauna Kea, no Havaí, os observadores constataram que uma grande mancha vermelha do planeta pode funcionar como uma bomba térmica que aquece a atmosfera superior a aproximadamente 1300°C – centenas de graus mais quente que em qualquer outro lugar do planeta.

Usando um telescópio infravermelho no Observatório Mauna Kea, no Havaí, os observadores constataram que uma grande mancha vermelha do planeta pode funcionar como uma bomba térmica que aquece a atmosfera superior a aproximadamente 1300°C – centenas de graus mais quente que em qualquer outro lugar do planeta.

De acordo com os cálculos dos cientistas, devido à distância de Júpiter do Sol, esperava-se que a energia solar que chega ao planeta deixasse a temperatura da parte superior de sua atmosfera em torno de 70°C negativos.

“Podemos ver quase imediatamente que as temperaturas máximas em altas altitudes estavam sobre a Grande Mancha Vermelha (GMV) – uma coincidência estranha ou um grande indício?”, indaga o pesquisador James O’Donoghue, da Universidade de Boston.

O estudo foi publicado na revista Nature. Através de um processo de eliminação, os cientistas postularam que a mancha quente deve estar sendo aquecida pela tempestade abaixo. O processo exato dessa transferência de calor ainda é desconhecido, mas os especialistas adiantaram que ondas sonoras ou gravitacionais da parte de baixo poderiam ser responsáveis pelo aumento da temperatura.

A mancha foi captada numa fotografia no início deste mês pela sonda Juno da Nasa, quando se aproximava do sistema de Júpiter. Espera-se que a sonda, que realiza uma missão de 20 meses para mapear o planeta de polo a polo, tire fotografias de maior resolução em quadrantes mais próximos nas semanas a seguir.

A tempestade na mancha, que tem 22 mil quilômetros por 12 mil quilômetros de superfície, pode ser grande o suficiente para acomodar três vezes a Terra em sua área ativa.

O redemoinho colorido da tempestade de gases é descrito, às vezes, como “um perpétuo furacão”, embora alguns cientistas tenham sugerido que ele esteja ficando cada vez menor.

Os primeiros relatos que teriam possivelmente delineado a mancha datam do século 17 e, em 1900, ela foi descrita como oval e de cor rosa salmão. Desde então, sua cor tem progressivamente ficado mais escura, e sua forma, mais arredondada.

Fonte: Terra

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