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Primeiro consórcio público de saneamento do país recebeu prefeitos, secretários e profissionais da área ambiental dos municípios banhados pelo Sinos
Colocar a pauta do saneamento básico no centro das discussões políticas e da sociedade. Esse é o saldo dos primeiros 15 anos do Pró-Sinos, que serão celebrados no próximo mês. Nesta quinta-feira (14), o consórcio promoveu uma visita técnica ao Rio dos Sinos, com a participação de prefeitos, secretários e profissionais da área ambiental de municípios que integram a Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos. O mérito do Pró-Sinos foi fazer as cidades se voltarem para o rio. É daqui que captamos água para o atendimento à população, para a agricultura e para a indústria. Nada mais natural do que hoje nossos olhares se voltarem ao rio, destacou o presidente do Pró-Sinos e prefeito de Esteio, Leonardo Pascoal.
A visita teve início no Museu do Rio dos Sinos, em São Leopoldo. O município teve um papel importante na criação do Pró-Sinos em 2007. Foi lá que, um ano antes, ocorreu a tragédia ambiental que causou a mortandade de 90 toneladas de peixes. Foi muito triste o rio tomado de peixes morrendo. Foi aí que surgiu o consórcio, que deu uma importante contribuição para o Rio dos Sinos. Na época, não havia investimento, nem política regional. O consórcio conseguiu unificar os municípios. Não temos mais tragédia [como a de 2006] porque há mobilização das cidades, destacou o prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi, um dos fundadores do Pró-Sinos, primeiro presidente do consórcio e membro atual da diretoria, ao lado da prefeita de Novo Hamburgo, Fátima Daudt. Também ela que ressaltou a importância da visita.
Ao longo do trajeto, que se estendeu até a Praia de Paquetá, em Canoas, o Pró-Sinos destacou as principais entregas realizadas em 15 anos de atividades do primeiro consórcio público de saneamento do país. O consórcio sempre esteve ao lado dos municípios para auxiliar na elaboração de projetos e na definição de políticas públicas, com o único objetivo que é a recuperação do Sinos, afirmou Pascoal. Um marco importante foi a criação do Programa de Monitoramento Espacial do Rio dos Sinos, em 2020. Desde então, mensalmente, o Pró-Sinos coleta e verifica as condições das águas em 24 pontos, podendo calcular o Índice de Qualidade da Água (IQA).
Até então, não tínhamos as informações mapeadas e acessíveis. Desde 2020, as campanhas nos ajudam a entender diferentes realidades, desde a água cristalina que temos na nascente do rio, em Caraá, até os trechos com carga de poluição mais alta. Esses dados nos permitem implementar políticas públicas e interferir na realidade, ressaltou Pascoal. Segundo ele, recentemente, foram incluídas, na plataforma do Monitoramento Espacial, informações sobre ações de Educação Ambiental e Logística Reversa em cada município da bacia, que estão disponíveis para consulta no site do Pró-Sinos. No futuro, a intenção é que os municípios incluam os dados do monitoramento das águas internas de seus territórios, como o município de Esteio passou a fazer recentemente.
Entre os desafios para o futuro, o presidente destacou apoiar os 28 municípios consorciados no cumprimento das metas previstas no Novo Marco do Saneamento, que objetiva a universalização dos serviços até 2033. Temos um caminho longo a seguir, mas as ações precisam ter início desde já, com planejamento e investimentos. Quem sabe nos 25 anos do Pró-Sinos, com a universalização, vamos observar a melhoria da qualidade da água do Rio dos Sinos.
Na avaliação do presidente, a realização de ações de maneira consorciada permite soluções mais rápidas, econômicas e efetivas. Hoje, o principal vilão é o esgoto sanitário despejado no rio. O saneamento básico nunca esteve na agenda política como prioridade efetiva, mas tem grande impacto na qualidade de vida das pessoas. É um tema complexo, difícil, mas fundamental. O Novo Marco do Saneamento estabelece metas, prazos e precisamos investir nisso, esclareceu Pascoal.
Atualmente, o Pró-Sinos apoia os consorciados na atualização dos planos municipais de saneamento, conforme prevê o Novo Marco do Saneamento, e trabalha numa concessão para gerenciamento de resíduos sólidos um dos quatro eixos do saneamento que deverão acelerar muito o atingimento das metas previstas.