Fenômeno meteorológico El Niño afetará 60 milhões de pessoas no mundo, sendo que 4,2 milhões já foram prejudicadas por ele na América Central, de acordo com um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgado nesta sexta-feira.
Fenômeno meteorológico El Niño afetará 60 milhões de pessoas no mundo, sendo que 4,2 milhões já foram prejudicadas por ele na América Central, de acordo com um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgado nesta sexta-feira.
Segundo as previsões da Organização Mundial da Meteorologia (OMM), o fenômeno deste ano já é o mais forte da última década e meia, e está prestes a se transformar em um dos mais potentes em 65 anos. A última vez em que um houve um episódio intenso do El Niño foi em 1997-1998, quando foram registradas mais de 20 mil mortes e perdas avaliadas em US$ 34 bilhões.
De acordo com o estudo da OMS, o El Niño já afetou 4,2 milhões de pessoas na América Central, 4,7 milhões no oeste do Pacífico e 30 milhões no sul da África. Porém, as previsões indicam que outras 20 milhões possam ser prejudicadas pelas consequências do fenômeno.
Na América Central, o El Niño provocou seca que permanecerão até março, o que causará “perdas nas colheitas no corredor da Guatemala, Nicarágua, Honduras e El Salvador”, indicou a OMS no comunicado. “É pouco provável que as famílias possam se recuperar rapidamente de suas perdas atuais e futuras”.
De fato, a entidade alerta sobre a possibilidade de a região sofrer um aumento de desnutrição aguda e severa. Deve faltar água potável, o que pode gerar casos de diarreia – uma das principais causas de morte de crianças menores de 5 anos – e doenças de pele.
A OMS estima que 1,5 milhão de pessoas estão sendo afetados pela seca na Guatemala, entre as quais 500 mil podem morrer de desnutrição. Já em Honduras, 1,3 milhão de habitantes sofrem com os efeitos do El Niño, com 400 mil precisando de assistência humanitária imediata. Em El Salvador, há 192 mil famílias com desnutrição severa e aguda.
Na América do Sul, as secas contribuirão para um aumento das doenças respiratórias e da pele, assim como o risco de diarreia.
A previsão é de chuvas acima da média até meados de maio na Argentina, Brasil, Equador, Peru, Paraguai e Uruguai, o que poderia provocar inundações e aumentar a incidência de doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti: dengue, zika e chicungunha.
Consultado sobre a possível relação entre o El Niño e o atual surto do zika vírus, o diretor de emergências da OMS, Rick Brennan, respondeu em entrevista coletiva que, por enquanto, não há indícios conclusivos sobre a ligação.
O documento da OMS cita especificamente o Peru e a possibilidade do surgimento de crises de fome do país por causa das intensas nevascas em Puno e Pasco, no norte do país, que acabaram com as plantações que abasteceriam 500 mil pessoas.
Além disso, o texto indicar que, historicamente o El Niño gera um aumento do número de animais venenosos no Peru, como serpentes, aranhas e escorpiões.
Sobre o Equador, o texto da OMS lembra que da última vez que o fenômeno foi intenso como o previsto para este ano, em 1997-98, os casos de malária cresceram 440%.
Na Bolívia, mais de 170 mil pessoas já foram obrigadas a deixar suas casas devido às inundações, enquanto no Paraguai 90 mil estão desabrigadas.
Fonte: Terra
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