O vírus da zika já circulava no estado do Rio de Janeiro mesmo antes de ele ser identificado pela primeira vez no país, no fim de abril de 2015, segundo um estudo coordenado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) publicado nesta terça-feira (12) na revista especializada “PLOS Neglected Tropical Diseases”.
O vírus da zika já circulava no estado do Rio de Janeiro mesmo antes de ele ser identificado pela primeira vez no país, no fim de abril de 2015, segundo um estudo coordenado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) publicado nesta terça-feira (12) na revista especializada “PLOS Neglected Tropical Diseases”.
Os resultados colocam em questão a ideia de que o vírus teria se espalhado pelo resto do país a partir do Nordeste e corroboram a tese de que a zika tenha chegado ao Rio de Janeiro durante o Campeonato Mundial de Canoagem Polinésia (Va’a World Sprint), em agosto de 2014, que tinha a participação de quatro países do Pacífico que tiveram surto de zika na época.
Para chegar ao resultado, os pesquisadores avaliaram amostras de sangue de pacientes que apresentaram sintomas compatíveis com a zika entre janeiro e julho de 2015. Ao todo, foram avaliados 364 pacientes, dos quais 262 tinham amostras de sangue disponíveis para a realização de exames.
As amostras foram testadas para dengue, chikungunya e zika. Foi possível identificar o RNA do zika em 119 do total de 262 amostras.
Segundo os pesquisadores, 11% dos casos detectados ocorreram antes da primeira identificação do vírus no país, feita na Bahia no final de abril de 2015.
Casos chamaram a atenção em janeiro de 2015 – Desde janeiro de 2015, médicos do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI), da Fiocruz, no Rio de Janeiro, já vinham observando um aumento de casos de pacientes com vermelhidão, fere baixa, dores nas articulações e conjuntivite, sintomas compatíveis com a zika.
Esses pacientes foram incluídos, então, em um estudo que já estava em andamento sobre casos de apresentação clínica incomum de dengue.
Foi por isso que esse grupo de pacientes recebeu um acompanhamento especial, teve amostras de sangue coletadas, além de informações clínicas detalhadas. No início, os exames previstos pra o grupo eram apenas de dengue e chikungunya, mas depois que a detecção do vírus da zika no país se tornou pública, no início de maio, o teste de zika foi incluído.
Sintomas – Entre as pessoas que tiveram o diagnóstico para zika, os sintomas mais comuns relatados foram vermelhidão na pele (presente em quase todos os pacientes), coceira, exaustão, dor de cabeça e dores nas articulações. Um terço dos pacientes tiveram febre baixa no início dos sintomas.
Dos casos confirmados, quatro eram mulheres grávidas Uma sofreu um aborto na 10ª semana e as outras três deram à luz bebês saudáveis.
Um dos pacientes com casos confirmados desenvolveu, posteriormente, a síndrome de Guillain-Barré. A síndrome, que afeta o sistema nervoso e pode provocar fraqueza muscular e paralisia – geralmente temporária – dos membros, tem sido associada ao vírus da zika.
Segundo os pesquisadores, este é o primeiro relato de surto com grande proporção de casos confirmados por exames na América Latina.
Fonte: G1
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