Água de caminhão-pipa, nunca mais. Agora, a realidade dos moradores das comunidades de Mandassaia II e III, município de Riachão do Jacuípe, no semiárido baiano, não mais inclui o sofrimento de ficar até 20 dias sem ter água para beber e suprir outras necessidades básicas.
Água de caminhão-pipa, nunca mais. Agora, a realidade dos moradores das comunidades de Mandassaia II e III, município de Riachão do Jacuípe, no semiárido baiano, não mais inclui o sofrimento de ficar até 20 dias sem ter água para beber e suprir outras necessidades básicas. E viabilizar a produção desse líquido tão precioso é a missão do Programa Água Doce, instituído pelo governo federal, que entregará, na manhã desta sexta-feira (15/04), o sistema de dessalinização da água do poço artesiano destinado a beneficiar as duas localidades, representando um investimento de R$ 140 mil.
O novo sistema está provocando uma verdadeira revolução nas vidas das 160 famílias dessas comunidades e tudo começou a mudar ainda em dezembro do ano passado, quando o dessalinizador, o primeiro movido a energia solar na Bahia, começou a jorrar água doce e de “excelente qualidade”, nas palavras da jovem líder e presidente da Associação Comunitária de Moradores de Mandassaia II, Tailana Isabela de Lima Nato, 25 anos.
É vida – Para a secretária de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do MMA, Cassandra Nunes, a iniciativa desse programa público “leva vida a comunidades do semiárido”. O coordenador do Programa Água Doce na Bahia, Rubem Armua, explica que o sistema foi implantado “considerando a sustentabilidade e promovendo a organização social local”.
Segundo Rubem Armua, a primeira etapa das obras do Água Doce na Bahia deve estar concluída até setembro de 2016, com a entrega de 145 sistemas dessalinizadores – e os demais em 2017. Somente no município de Riachão do Jacuípe, cinco desses já foram concluídos e outros dois estão em construção, totalizando um investimento de R$ 1,2 milhão.
Em todo o estado, serão implantados 385 sistemas de dessalinização em 41 municípios, representando um investimento de R$ 62 milhões que beneficiará, ao todo, mais de 150 mil pessoas. “Nas comunidades atendidas pelo Água Doce, esse sistema já reduziu bastante as doenças provocadas por água de má qualidade. Estamos produzindo saúde para essas famílias”, comemora Armua.
Encantamento – A presidente da Associação Comunitária de Moradores de Mandassaia II, Tailana Isabela de Lima Nato, concorda com Armua e esclarece: “Antes, a gente passava muita necessidade de água, sem lugar adequado para armazenar o que vinha da chuva. A seca aqui é muito forte. A gente não tinha água e a prefeitura mandava carro-pipa, que levava até 20 dias pra chegar, trazendo água de cacimba e tanque de barro. Sempre foi assim, mas o Água Doce transformou tudo por aqui”.
A água salobra deu lugar à água pura e boa de beber e os moradores das duas comunidades têm acesso a 60 litros por semana, ao custo de 65 centavos de real, dinheiro usado na manutenção do sistema de dessalinização. Segundo Tailana, a água também chega às escolas da comunidade e ao posto de saúde: “Agora, a vida é outra coisa, é um encantamento. Tomara que o poço dure para sempre e a água nunca acabe”.
O Programa Água Doce é uma ação do governo federal, coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente, por meio da SRHU, em parceria com instituições federais, estaduais, municipais e sociedade civil. Visa estabelecer uma política pública permanente de acesso à água de boa qualidade para consumo humano. Objetiva, ainda, promover e disciplinar a implantação, recuperação e gestão de sistemas de dessalinização ambiental e socialmente sustentáveis para atender, prioritariamente, as populações de baixa renda em comunidades de todo o semiárido.
Fonte: MMA
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