Cerrado em chamas no meio da noite. O fogo se alastra rapidamente e vai engolindo a mata seca. Mas não se vê ninguém correndo assustado. Pelo contrário. O seu Patrocínio anda no meio das labaredas.
Cerrado em chamas no meio da noite. O fogo se alastra rapidamente e vai engolindo a mata seca. Mas não se vê ninguém correndo assustado. Pelo contrário. O seu Patrocínio anda no meio das labaredas. Ele é o dono da fazenda. Em vez de apagar, vai queimando mais ainda o pasto.
A impressão é de terra arrasada. Mas na Chapada das Mesas essa é uma estratégia de preservação. Segundo os pesquisadores, o fogo faz bem à saúde do cerrado.
“A gente vem fazendo queimas experimentais. É uma pesquisa pioneira no Brasil”, explica Paulo Adriano Dias, gestor do parque. Pra fazer a pesquisa, o ICMbio, Instituto Chico Mendes da Biodiversidade, foi beber na fonte de conhecimento dos nativos.
A experiência começou há três anos em parceria com a Universidade de Brasília. Foi observando a resistência das espécies que os pesquisadores confirmaram: no cerrado há plantas e árvores que precisam do fogo pra viver.
Quando tudo rebrota as aves dão um colorido especial. Elas são privilegiadas, porque nesse chapadão podem voar por três biomas: cerrado, caatinga e Floresta Amazônica.
É uma situação bem curiosa. Caatinga e cerrado, um rio que abraça os três biomas, a Floresta Amazônica, um pedaço da selva. Dá pra sentir uma leve mudança no ar. Uma certa mistura de clima seco do cerrado e da caatinga com a umidade da selva.
Pesquisadores dizem que há milhares de anos tudo era Floresta Amazônica. Depois das glaciações, a selva encolheu, mas deixou pedaços pra trás. Aves, roedores, macacos… Animais dos três biomas são vistos. E como a flora, a fauna também vive em harmonia na curiosa Chapada das Mesas.
Fonte: G1
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