A atividade foi alusiva à Política Nacional de Resíduos Sólidos, que completou dez anos em 2020
O gerenciamento de resíduos sólidos em ambiente hospitalar foi o tema da palestra promovida pelo Consórcio Pró-Sinos nesta quinta-feira (10). Recentemente, a Política Nacional de Resíduos Sólidos completou uma década e a atividade foi alusiva à data. O especialista em Resíduos de Serviços de Saúde, Arildo Falcade Júnior, compartilhou soluções para o tratamento e a transformação de resíduos sólidos.
“É um tema de grande importância, principalmente num momento em que a saúde se encontra tão em voga, por conta do cenário de pandemia. Como consequência, isso impõe um desafio ainda maior, especialmente para quem faz gestão pública”, destacou o presidente do Consórcio Pró-Sinos, Leonardo Pascoal.
De acordo com o palestrante, o Brasil tem mais de 6,8 mil hospitais, que cada vez mais utilizam materiais descartáveis nos processos de assistência aos pacientes. “A Política Nacional de Resíduos Sólidos veio para conscientizar a população a diminuir o volume de resíduos. Na área da saúde, porém, sob o ponto de vista da segurança do paciente, a tendência é o contrário: aumentar o volume, com a utilização de materiais descartáveis. Temos que fazer um bom planejamento para não impactar ainda mais o meio ambiente”, esclareceu Arildo.
Na busca pelo desenvolvimento de soluções completas de economia para sustentabilidade, Arildo destaca a importância de encontrar um propósito para o resíduo. “Nosso propósito foi transformar em novos produtos. A empresa consegue visualizar o resultado do esforço das pessoas, de energia, de infraestrutura e de recurso financeiro para implementar uma solução.” Para ele, a cultura é fundamental, pois garante a economia de recurso natural. “Focamos em impactar as pessoas de forma positiva, fazendo com que elas mudassem hábitos para que pudéssemos ter um resultado melhor”, explicou. Método de trabalho, gestão e controle completam os pilares para a construção de soluções.
Conforme o palestrante, o método Bumerangue é dividido em módulos. Envolve diagnóstico e prognóstico, planejamento da implantação da central de transformação de resíduos, passa pela gestão e transformação de vários tipos de resíduos, geração de energia térmica a partir de resíduos infectantes ou plásticos inservíveis, responsabilidade social, entre outros. “A metodologia oferece a mudança de cultura em sustentabilidade. A gente preconiza que se aproprie do resíduo, entenda que ele é parte do nosso processo e a gente se responsabilize por tratar e transformar em outro produto, insumo, energia. O que for mais adequado para cada cenário, até o final.”
Entre os materiais que são reciclados e retornam aos hospitais, ele cita o exemplo do papel — encaminhado à empresa que produz fardos de papel higiênico — e do plástico — coletado, levado para a indústria e que retorna sob a forma de sacos de lixo, dentro das normas exigidas. Também é feita transformação de rejeitos (plásticos que não têm possibilidade ou tem sua reciclagem dificultada por questões técnicas) por gaseificação em energia térmica (vapor).
Já o resíduo orgânico é encaminhado para compostagem. O composto é misturado com a terra e utilizado no plantio de hortaliças. “Que o compartilhamento dessas informações seja um incentivo para a gente se desenvolver e ajudar a outros projetos se desenvolverem, sempre em prol do meio ambiente e da sustentabilidade.”