A Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas (Adaf) e a Fundação de Vigilância Sanitária (FVS) investigam a morte de mais de 100 animais em Eirunepé, a 1.160 km de Manaus. Segundo a agência, as mortes começaram a ocorrer no mês de janeiro em duas fazenda da região e a última foi registrada no início deste mês. Animais sobreviventes
A Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas (Adaf) e a Fundação de Vigilância Sanitária (FVS) investigam a morte de mais de 100 animais em Eirunepé, a 1.160 km de Manaus. Segundo a agência, as mortes começaram a ocorrer no mês de janeiro em duas fazenda da região e a última foi registrada no início deste mês. Animais sobreviventes foram vacinados contra raiva e seguem em observação pelos produtores e veterinários.
De acordo com Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam) de Eirunepé, morreram 80 bovinos, 18 ovelhas e 12 cavalos. Os animais eram de fazendas que comercializam o gado para cidades do Acre e Amazonas. Desde a ocorrência da mortes os produtores estão impedidos de abater animais.
Frank França, veterinário da Adaf, contou ao G1 que os animais apresentavam sintomas relacionados a raiva, como tontura, fraqueza nos membros, dificuldade de manter-se de pé, além de salivação excessiva. Pouco tempo após apresentarem os sintomas, os animais morriam. Como a suspeita das mortes é raiva e a doença pode ser transmitida para humanos, todos que tiveram contato com os animais estão sendo vacinados.
“As pessoas que tiveram contato estão sendo vacinadas e tratadas. A propriedade ficou impedida de abater animais e só vai ser liberada após todos os animais tomarem as duas doses da vacina. Um das fazendas já tomou as duas doses e a outra aplicou a primeira no dia 26 de fevereiro, e no dia 26 de março vai aplicar a outra”, afirma França.
Segundo o veterinário, não há risco de animais abatidos antes do surto terem sido contaminados por raiva ou outra doença. “Quando eles entram no matadouro são fiscalizados antes e depois da morte, então não há risco de qualquer contaminação”, garante.
Análise – De acordo com a gerente de Zoonoses da FVS, a médica veterinária Ana Cristina Campos, material de seis animais, sendo cinco bovinos e um equino, foram colhidos para análise. “Havia dado positivo pra raiva no município no ano passado, mas a investigação está na fase preliminar e, portanto, há suspeita de várias outras enfermidades”, disse.
Ana coordenou a equipe que foi a Eirunepé para investigar o caso. Na sexta-feira (11), ela informou ao G1 que o resultado para raiva pode sair em até 10 dias. A análise está sendo feita no Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) da Fundação de Vigilância Sanitária.
Ainda segundo a gerente de zoonoses, casos similares aconteceram nos municípios de Autazes, Tabatinga e Carauari, porém, com menos mortes. ”A contaminação pode ocorrer durante o manuseio do animal doente, porém em nenhum dos casos narrados, as pessoas que cuidaram dos animais foram examinadas e não foram contaminados”, relata.
Cuidados – De acordo com o veterinário da Adaf, outras propriedades com animais estão em observação. Além disso, sítios e fazendas no raio de 2km das fazendas que tiveram o surto de mortes estão vacinando bois, cavalos, ovelhas, cães, gatos e qualquer outro tipo de animal criado nos lugares.
O levantamento feito pela agência com os criadores do animais mortos, apontou que em uma delas há 500 animais entre bois e cavalos e na outra há cerca de 700. A Adaf não faz levantamento de animais domésticos, no entanto, França afirma que os donos não estão apresentando qualquer tipo de resistência em vacinar os bichos.
Fonte: G1
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