Educação Ambiental e Logística Reversa integram a plataforma, que está disponível no site do consórcio e dos municípios que fazem parte da bacia
Desde que criou o Programa de Monitoramento Espacial das Águas do Rio dos Sinos, há um ano, o Consórcio Pró-Sinos conta com um ambiente virtual que reúne dados e apresenta informações relevantes sobre as condições ambientais da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos. Em 12 meses, nos 24 locais representativos dos principais trechos desses cursos de água da bacia, foi possível medir mensalmente nove parâmetros. “Com eles, calculamos o Índice de Qualidade da Água (IQA), um indicador importante para avaliarem-se as condições do curso de água”, destaca o diretor-técnico do Pró-Sinos, Hener de Souza Nunes Júnior. Além disso, iniciativas na área de Educação Ambiental e logística reversa passaram a integrar a plataforma.
De acordo com o diretor-técnico, foi possível identificar a falta de tratamento do esgoto em algumas cidades, por exemplo, a partir de altos valores na concentração de microrganismos presentes nas fezes (os Coliformes Termotolerantes), pela baixa concentração de Oxigênio Dissolvido e pela alta Demanda Biológica de Oxigênio. Também a concentração de Nitrogênio e Fósforo são indicadores de esgotos não tratados. “Alterações no pH podem indicar presença de efluentes industriais. Na zona rural, a presença de Nitrogênio e Fósforo podem ser indicadores de contaminação por fertilizantes químicos”, explica.
Hener ressalta que todos esses parâmetros devem ser analisados por técnicos qualificados, que podem interpretá-los com propriedade e indicar as providências a serem tomadas. Recentemente, o Pró-Sinos disponibilizou aos municípios consorciados a oportunidade de expor o link da plataforma do Monitoramento Espacial das Águas de Rio dos Sinos na página das prefeituras. Um exemplo é a prefeitura de Rolante, que já abriu espaço para os dados no site. “A ferramenta é muito importante para auxiliar no monitoramento e desenvolvimento de medidas para melhoria ambiental. Com a inserção de informações de Educação Ambiental, muitos municípios podem copiar boas ideias”, destaca Diego Luiz Gossler, diretor de Meio Ambiente de Rolante. Na avaliação dele, a população visita com regularidade o site da prefeitura e, desta forma, terá contato com o trabalho desenvolvido pelo Pró-Sinos.
O programa
O Programa de Monitoramento Espacial tem como base uma plataforma de informática desenvolvida com o uso de sistemas de informação geográfica (SIG) que reúne dados em camadas temáticas. As informações são associadas à localização de suas ocorrências. Assim, é possível localizar geograficamente os dados. O conteúdo é armazenado em um banco que permite o estudo da variação ao longo do tempo em determinado local.
De uma proposta inicial de reunir informações sobre a qualidade da água (parâmetros como Coliformes Termotolerantes, pH, Nitrogênio, Fósforo, Oxigênio Dissolvido, Demanda Biológica de Oxigênio, Temperatura, Turbidez e Sólidos Totais) evoluiu-se para outras informações de interesse para a gestão ambiental. Atualmente, o sistema traz dados sobre precipitação de chuvas e vazão dos cursos de água em estações monitoradas pela Agência Nacional de Águas (ANA) e pelo Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (CEMADEN). Também pode ser encontrada a extensão da mancha de inundação dos cursos de água principais, para o tempo de recorrência de cem anos.
Conforme a coordenadora de Educação Ambiental do Pró-Sinos, Daniela Tomaz, a plataforma contempla também a localização dos Pontos de Entrega Voluntária (PEV) de resíduos sujeitos à logística reversa, como por exemplo as lâmpadas fluorescentes. Para cada produto localizam-se todos os pontos cadastrados, indicados pelas respectivas Entidades Gestoras. “Também acrescentamos à plataforma as iniciativas de Educação Ambiental desenvolvidas em cada município. São publicações em redes sociais, notícias, links de interesse e várias outras informações que permitem a cada município divulgar as ações desenvolvidas. Isso produz uma sinergia, onde as boas ideias podem ser adaptadas e replicadas por outros municípios”, esclarece Daniela.
Para acessar a plataforma, clique aqui.