Plástico orgânico produzido por alagoanos se decompõe em 3 anos

Em uma tentativa de reduzir o impacto ambiental provocado pelo descarte de plástico no meio ambiente, material que pode levar até 100 anos para se decompor na natureza, estudantes dos cursos de química e biologia do Instituto Federal de Alagoas (Ifal), desenvolveram uma nova fórmula de plástico biodegradável que se desintegra em até 3 anos.

Em uma tentativa de reduzir o impacto ambiental provocado pelo descarte de plástico no meio ambiente, material que pode levar até 100 anos para se decompor na natureza, estudantes dos cursos de química e biologia do Instituto Federal de Alagoas (Ifal), desenvolveram uma nova fórmula de plástico biodegradável que se desintegra em até 3 anos.

Criado no laboratório de Química do campus Maceió, o polímero ecológico (espécie de plástico) desenvolvido por três estudantes, com a supervisão de um professor de Química, faz uso de uma fórmula orgânica já bastante difundida no meio acadêmico.

No entanto, a fórmula específica elaborada por eles tem como inovação a resistência do plástico e a certeza da rápida deterioração do produto ao ser descartado no meio ambiente, evitando que o polímero permaneça por muito tempo na natureza podendo chegar até ao mar, ameaçando espécies marinhas.

Responsáveis pela produção da fórmula, os estudantes-pesquisadores do curso técnico de Química Laís Vanessa Teles,18, e João Vitor Santos, 18, explicam que devido o equipamentos disponibilizados no laboratório do Ifal só foi possível produzir até o momento o plástico tipo filme PVC, aquele usado para envelopar frutas e bandejas com alimentos.

“No entanto, com a máquina adequada acreditamos que a fórmula possui resistência suficiente para produção de sacolas plásticas que podem ser usadas em supermercados e em diversos outros produtos usados no dia a dia”, relata Laís Vanessa Teles.

Ao falar da inovação da fórmula que pode mudar o futuro da indústria do plástico, a estudante do curso superior de Biologia e pesquisadora Hyngrid Assiria, 20, que responsável pelos testes de biodegradabilidade do plástico ecológico, conta que o grupo aguarda a patente do composto químico descoberto para avançar nas parcerias de pesquisa.

“A fórmula básica deste plástico biodegradável muitos pesquisadores possuem. Porém, o que eles não têm é o composto químico específico que garante a resistência do plástico em paralelo a rápida decomposição. Por isso, antes de aceitar as parcerias para o desenvolvimento deste polímero em grande escala precisamos garantir a patente”, relata Hyngrid.

O plástico ecológico desenvolvido pelo grupo é produzido com material de baixo custo e atende, segundo os estudantes-pesquisadores, critérios científicos rigorosos e padrões internacionais. Com isso, o polímero em questão desenvolvido poderá, segundo eles, ser utilizado no futuro para confecção de diversos produtos a exemplo de garrafas PET, CDs e sacolas.

Os desafios da pesquisa – Por fatores diversos produzir ciência em Alagoas não é uma tarefa fácil. Ainda mais quando a pesquisa é desenvolvida por estudantes do nível médio-técnico. Com o projeto de extensão do Ifal que desenvolveu o “plástico ecológico”, denominado “Aperfeiçoamento do Amido termoplástico na produção de um bioplástico alternativo aos plásticos convencionais” a situação não foi diferente, sendo necessário muito empenho e persistência do grupo envolvido.

“Fazer ciência exige muitos custos e dedicação. Tanto que só após 2 anos de pesquisa temos um resultado para mostrar. Para esse trabalho foi necessário além dos investimentos em bolsas, equipamentos de laboratório e material para fórmula; o interesse e compromisso dos estudantes foram essenciais para o melhoramento da fórmula já existente”, expõe a professora de Química, responsável pela orientação do projeto, Vânia Nascimento Tenório.

A expectativa é que, com o avanço das pesquisas, o material possa ser usado para a fabricação das sacolas plásticas utilizadas em supermercados.

O diretor de marketing de uma rede de supermercados que busca diminuir o uso das sacolinhas, Lúcio Freire, disse que essa pode ser uma saída para a embalagem dos produtos. “Já que não existe uma lei para acabar com as sacolas nos supermercados, poderíamos usar essa que é menos agressiva ao meio ambiente”, afirmou.

Fonte: G1

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